quarta-feira, fevereiro 23, 2005

Recuperar a calma

Ontem ao fim da tarder resolvi dar algumas tréguas à vida e acreditar que ainda era possível esta tentativa dar certo. Ao princípio da noite fui à casa de banho e vejo sangue na cueca. Que ironia! Disse ao Rui e tentei engolir em seco. Fui para o sofá e acabei por chorar. Já não tenho raiva, nem sinto desespero, só tristeza.
Liguei ao meu pai, que sem querer me fez chorar mais ao dizer para não desistir. Quando eu já desisti de escolher este caminho. Depois ligou-me a mana. E aí definitivamente puz os pés na terra. Já devia ter partido para a adopção há muito tempo. Não sei porque nunca o fiz. A esperança às vezes é nossa inimiga. A mana é muito realista e disse-me friamente que não tinha gostado de estar grávida e que nem se queria lembrar dos partos, ambos muito complicados. Mais, ela acha que o amor nasce do convívio e que com uma criança adoptada o amor deve ser ainda muito melhor.
Fiquei calma e feliz.
Fui dormir sem problemas, a pensar na nova luta que aí vem e a agradecer estar viva. A meio da noite acordei um pouco agitada. Peguei na gata e agarrei-a. Adormeci assim. É um doce.
Acordei feliz, sem nós na garganta ou na barriga. Agora só quero que chegue sexta para acabar com a porcaria do tratamento e deixar que o período chegue. O meu corpo não está a gostar...

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